Perspectivas Filosóficas em Informação

Marco Schneider e Carla Viola lançam livros no XXIII ENANCIB

 

Marco Schneider, pesquisador e professor do PPGCI IBICT-UFRJ e Carla Viola, egressa do programa e sua ex orientanda lançaram livros no ENANCIB 2023, maior encontro brasileiro de pesquisa na área de Ciéncia da Informação.

Na noite do dia 10 de novembro, no auditório da Universidade Federal de Sergipe (UFS), Schneider apresentou sua obra "A era da desinformação: pós-verdade, fake news e outras armadilhas" e Viola, "A Voz e a Vez das Mulheres: Informação, Política e Direitos.

O livro de Carla Viola apresenta teorias feministas e as diversas implicações da sociedade patriarcal na vida das mulheres, abordando temas essenciais como educação, casamento, maternidade e trabalho. Evidencia levantamento sobre a presença e a atuação das mulheres na Câmara dos Deputados. A partir da Ciência da Informação (CI) e dos conceitos ética em informação, transparência e accountability, é demonstrado o quanto o campo tem, ao mesmo tempo, a contribuir e a ganhar com o desenvolvimento de estudos com foco em informação e gênero. Além disso, o trabalho mergulha em temas centrais da CI: a indexação e a recuperação da informação, ao analisar e questionar falhas e dificuldades para a realização de pesquisas no portal da Câmara dos Deputados; e identifica os assuntos e temas predominantes em 621 proposições em tramitação na 55ª Legislatura com os parâmetros de busca contendo o termo indexador “mulher”; fazendo uso da ferramenta VOSviewer nos resultados.

 

Já o livro de Marco Schneider levanta uma série de questões relacionadas a fenômenos como desinformação, fake news e pós-verdade no contexto atual da sociedade da informação Segundo o autor, o livro busca “entender melhor o mundo para transformá-lo e tornar melhor a vida”. O resto, diz Marco, são detalhes. Porém, “o diabo, pai da mentira, mora nos detalhes. Pois a tarefa essencial de “desmistificar os mistificadores” não se realizará “desmascarando suas mentiras, provando que ganham com isso e demonstrando que seus argumentos são piores que os de quem os critica”: isso seria apostar naquilo que certa vez Vladimir Safatle chamou de “iluminismo ingênuo”. Mas os elementos que o livro fornece nos permitem perceber que o buraco é mesmo muito mais embaixo, e que isso, em vez de desanimar, deve nos levar a pensar formas de “enfrentar a má fé e o autoengano” e de “inventar novos usos do big data, comprometidos com o bem comum”.

 

* Texto publicado originalmente no site do Ibict