Pesquisadora do Perfil-i detalha seleção no Programa de Doutorado Sanduíche no Exterior e relata temporada na Universidade de Glasgow, na Escócia
O Programa de Pós-graduação em Ciência da Informação do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (PPGCI Ibict/UFRJ), por meio de sua Representação Discente, promoveu, na última quarta-feira (13), o bate-papo "Desvendando o PDSE: Edital, Experiências e Saberes˜, para auxiliar o entendimento acerca dos trâmites que envolvem a inscrição no Programa de Doutorado Sanduíche no Exterior (PDSE) da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Para a conversa, foram convidadas a doutora Camila Mattos e as doutorandas Camilla Machuy, Débora Menezes e Tainá Regly – todas vinculadas ao PPGCI Ibict/UFRJ e contempladas com a mobilidade acadêmica internacional, em Portugal, na Escócia, na França e nos Estados Unidos, respectivamente.
De acordo com Talita Figueiredo, membro da Representação Discente, o objetivo do encontro é promover um diálogo sobre as experiências de quem já passou pelo processo seletivo do PDSE e pela vivência acadêmica em outros países. "A ideia é que sejam divididas com o corpo discente as experiências, as agruras e as delícias de ir para fora, para poder estudar", destaca.
Entre as convidadas, está Camilla Machuy, doutoranda em Ciência da Informação e integrante do Grupo de Pesquisa Perspectivas Filosóficas em Informação (Perfil-i), que, atualmente, desevolve seus estudos de Doutorado na Universidade de Glasgow, na Escócia.
"Tem sido uma experiência bastante interessante para mim. Fazer um PDSE é uma excelente oportunidade, mas, muitas vezes, é um 'perrengue'. Então, às vezes, as pessoas que não compartilham dessas experiências não entendem muito bem. Antes de tudo, para quem está na dúvida, é importante se perguntar: 'por quê?', 'para quê?', 'tenho disponibilidade e paciência?, 'a pesquisa precisa?', 'eu preciso?'", pondera Machuy.
A pesquisadora também ressalta a responsabilidade por trás da internacionalização, já que o processo é financiado por bolsas do Governo Federal, e a dedicação integral exigida para a sua realização.
"É um dinheiro que é público e que precisa de prestação de contas criteriosa. Não é uma relação de turismo. É uma viagem que te leva a viver naquela cidade. O governo brasileiro está financiando sua viagem para, antes de qualquer coisa, internacionalizar pesquisa, fomentar e criar laços entre o Brasil e o Exterior. Além disso, é preciso que se pense a disponibilidade de vida que é dedicada à sua pesquisa, porque o PDSE exige 100% do seu tempo, porque você vai passar meses fora do seu país, da sua cultura, da sua família, da sua universidade, das regras que você entende que são da academia. Então, há uma dedicação de todo o seu contexto pessoal, psicológico, acadêmico e intelectual para essa bolsa", reforça.
Em sua fala, Machuy também destaca a qualidade da ciência brasileira. "Uma coisa que atestei vindo para cá é que o pesquisador brasileiro tem propostas excelentes. Nós traçamos pautas maravilhosas e, às vezes, o cara que está em Oxford ou Cambridge chega a conclusões muito próximas das nossas. Nós somos muito valorosos como pesquisadores. Podemos ir para fora para acresentar pesquisas globais, para globalizar nossas pesquisas. Mas ir para fora, por si só, não é o que valida nosso trabalho", esclarece.
O bate-papo completo encontra-se disponível no canal do PPGCI Ibict/UFRJ no Youtube, com os relatos das quatro pesquisadoras e todos os detalhamentos sobre o processo seletivo. Portanto, oferece contribuições importantes para aqueles que desejam participar da internacionalização e se submeter à seleção interna do programa para o Edital PDSE 26/2024, que já teve as datas divulgadas.