Perspectivas Filosóficas em Informação

"A miséria da informação é um projeto", alerta Bezerra, em artigo publicado no The Conversation BR

Pesquisador analisa novas medidas adotadas pela Meta como uma demonstração da geopolítica de expansão dos EUA

 

Imagem: The Conversation/ AP Photo - Eraldo Peres
 

Em artigo publicado no dia 16 de janeiro, no The Conversation – site internacional de notícias e análises baseadas em pesquisas científicas –, o diretor-presidente do International Center for Information Ethics (Icie), Arthur Bezerra avalia a aproximação entre Mark Zuckerberg, dono da Meta, e Donald Trump, presidente eleito dos Estados Unidos. Pesquisador titular do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict) e membro do Grupo de Pesquisa Perspectivas Filosóficas em Informação (Perfil-i), Bezerra é um dos principais estudiosos brasileiros no âmbito da desordem informacional.

 

Para o pesquisador, ainda que bombásticas, as declarações de Zuckerberg sobre o fim da checagem dos fatos no Facebook, Instagram e Threads não surpreendem. Segundo ele, nos últimos meses, uma sucessão de eventos anteviam o atual cenário, como o jantar do magnata com Trump, em novembro de 2024; a doação de um milhão de dólares para a posse do novo presidente; e a nomeação para o Conselho da Meta de Dana White, presidente-executivo do Ultimate Fighting Championship e aliado-chave do republicano.

 

Todas essas movimentações no "jogo de xadrez" do poder deixam claras, para Bezerra, as intenções de convergência de Zuckerberg com a ideia de Make America Great Again (MAGA), slogan de Trump, desde 2016.

 

"Esse alinhamento é, sobretudo, lastreado em uma geopolítica de expansão territorial, cultural e econômica dos EUA que objetiva manter o controle sobre nações ao redor do mundo. Não há exagero aqui e o prórpio Zuckerberg ilustra essa dimensão global: nas declarações postadas em vídeo, ele afirma que seu país tem as mais fortes leis de proteção à liberdade de expressão do mundo, enquanto Europa, China e América Latina possuem leis que institucionalizam a censura, mencionando 'tribunais secretos' em óbvia alusão ao Supremo Tribunal Federal Brasileiro", ressalta o pesquisador.

A análise completa do especialista para o The Conversation Brasil encontra-se disponível aqui. Além da versão brasileira, a plataforma de divulgação científica possui bases em outros lugares do mundo, como Austrália, Canadá, Espanha, França, Indonésia e Estados Unidos, bem como as páginas Global, do Reino Unido, da África e da Europa.