Perspectivas Filosóficas em Informação

Marco Schneider publica capítulo no livro "Escuela de Filosofía Zaira Rodríguez Ugidos – 2024: memorias"

Pesquisador brasileiro reflete sobre os dilemas entre Razão e Inteligência Artificial, em obra publicada em espanhol

O livro Escuela de Filosofía Zaira Rodríguez Ugidos 2024: memorias, recém-publicado pelo Instituto de Filosofia de Cuba, em formato de e-book, reúne as conferências apresentadas durante todo o ano de 2024 na instituição, com o objetivo de compilar os materiais discutidos nos encontros acadêmicos. Entre os quatro autores contemplados pela obra, está Marco Schneider, coordenador da Rede Nacional de Combate à Desinformação (RNCD), pesquisador titular do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict), líder do grupo de pesquisa Perspectivas Filosóficas em Informação (Perfil-i) e docente no Departamento de Comunicação Social da Universidade Federal Fluminense (UFF), no Rio de Janeiro.

Na publicação, Schneider assina o capítulo intitulado Razón y Inteligencia Artificial: crítica a los artificios de la astucia – ou, no português, "Razão e Inteligência Artificial: crítica aos artifícios da astúcia". Segundo o autor, a Inteligência Artificial (IA), desde a sua concepção, imita a capacidade cognitiva humana e traz preocupações a governos e sociedades – seja pelos seus benefícios quanto seus prejuízos. Entre os danos, destacam-se a difusão de informações errôneas nas eleições, o uso de deep fakes, a uberização das relações laborais e a substituição do trabalho humano pelas máquinas.

"Nos direcionamos para a crítica aos danos bem conhecidos da IA, com o objetivo de problematizar a noção mesma, nos termos dos seus aspectos ideologicamente falaciosos, sugerindo usos alternativos. Para fundamentar o argumento, incorporamos ao debate uma breve revisão da apropriação crítica que faz Marx da dialética hegeliana e do materialismo de Feuerbach, para discutir as noções mesmas de Inteligência, Razão e Astúcia", destaca Schneider.

O livro também conta com publicações de Carlos Antonio Aguirre Rojas, sobre Che Guevara e a revolução cultural mundial de 1968 em Cuba; Borja García Ferrer, sobre a americanização da modernidade; e Miguel Manzanera Salavert, sobre o método revolucionário em Antonio Gramsci. A obra encontra-se disponível, em acesso aberto e gratuito, aqui