Desinformação lidera ranking de riscos globais apontados no Relatório do Fórum Econômico Mundial e pesquisador avalia impactos da Inteligência Artificial
Imagem: Reprodução/ Fórum Econômico Mundial
Nesta quarta-feira (29), o Estadão publicou a matéria Relatório do Fórum Econômico Mundial aponta que desinformação é principal risco global a curto prazo, assinada pelos jornalistas Gabriel Belic e Luciana Marschall. O conteúdo situa a desordem informacional como o maior desafio apresentado pelo Relatório de Riscos Globais de 2025, a partir de levantamentos da organização, colhidos no ano anterior, por meio da pesquisa Global Risks Perception Survey (GRPS). Entre os especialistas consultados pelo portal de notícias para avaliar o documento, está Marco Schneider, coordenador da Rede Nacional de Combate à Desinformação (RNCD), pesquisador titular do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict) e líder do Grupo de Pesquisa Perspectivas Filosóficas em Informação (Perfil-i).
Segundo o Relatório do Fórum Econômico Mundial, o compartilhamento de conteúdos falsos e enganosos nas redes sociais digitais é considerado o risco mais importante, superior, inclusive, a eventos climáticos extremos e conflitos armados entre países. Para obter esse diagnóstico, a pesquisa ouviu mais de 900 líderes globais dos setores empresarial, governamental, acadêmico e a própria sociedade civil. Ao todo, foi estabelecido um ranking com 33 problemáticas, das quais também fazem parte a recessão econômica, o desemprego, a polarização social e ciberespionagem. Além disso, a Inteligência Artificial (IA) foi apontada como um risco tecnológico associado à desinformação.
O documento conclui que o viés dos algoritmos, a IA e a vigilância digital corroboram com a escalada da desordem informacional. Por isso, propõe a criação de conselhos de supervisão para atenuar os riscos da Inteligência Artificial. Por outro lado, o próprio relatório sugere que essa tecnologia pode ser utilizada para minimizar o enviesamento dos algoritmos. E, ainda, indica que soluções técnicas devem ser adotadas para que seja possível um ecossistema de informação confiável.
Para Schneider, coordenador da RNCD e doutor em Ciências da Comunicação, o problema relacionado à IA não é meramente técnico, mas político.
"Devemos estar preocupados e atentos, porém não desesperados, porque a mesma IA que é capaz de disseminar desinformação é capaz de identificá-la", destaca Marco Schneider.
O pesquisador também defende a moderação democrática dos conteúdos compartilhados nas redes sociais, de modo transparente e legal, por meio de órgãos reguladores, independentes de governos e do mercado, sob os cuidados de especialistas em Informação, Comunicação e Cultura. Além disso, enaltece os investimentos em políticas de checagem de fatos no combate à desinformação.
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