Trabalho publicado na Library Trends propõe bússola crítica ancorada em sete níveis
Em artigo intitulado Competência Crítica em Informação como Bússola: usando IA Generativa em Pesquisa e Escrita Acadêmica, publicado na Library Trends, os pesquisadores Gabriel Cunha e Marco Schneider, do Programa de Pós-graduação em Ciência da Informação do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (PPGCI Ibict), analisam o uso da Inteligência Artificial em pesquisas e escritas científicas, a partir de uma categorização em seis domínios, com base nos trabalhos de Khalifa e Albadawy. Após essa estruturação, os autores chegaram à proposta de utilização dessa tecnologia dentro da perspectiva da Competência Crítica em Informação em sete níveis – concentração, instrumental, gosto, relevância, credibilidade, ética e crítica.
Em linhas gerais, o trabalho busca orientar estudantes, docentes e pesquisadores na adoção responsável das tecnologias de IA. Mas, para que isso seja possível, tem como parâmetro a categorização das aplicações de Inteligência Artifical em seis domínios: ideação, desenho de pesquisa, edicação, publicação, comunicação e conformidade ética. Com isso, apresenta uma atualização para o contexto acadêmico da tipologia proposta por Khalifa e Albadawy.
De acordo com os autores, o artigo também leva em consideração duas perspectivas ao avaliar suas limitações: "Aquelas relacionadas à sua construção algorítmica e aquelas relacionadas aos resultados que produzem", destacam. No caso das restrições algorítimicas, os pesquisadores se referem a questões como opacidade, vieses, alucinações e dependência de dados. Já no caso dos resultados, o problema gira em torno de imprecisões factuais, citações espúrias, nivelamento estilístico e risco de empobrecimento crítico.
Dentro desse contexto, os pesquisadores oferecem como principal contribuição do trabalho a proposta de uma Bússula Crítica, pautada em sete níveis da Competência Crítica em Informação, pensados por Schneider: concentração, instrumental, gosto, relevância, credibilidade, ética e crítica.
"A etapa final deste artigo é demonstrar como cada um desses níveis pode ser compreendido e utilizado, tendo os GAIs [abreviação em inglês do termo Inteligências Artificiais Generativas] como referência norteadora. Ao lidar com a pesquisa em si, penser em um kit de ferramentas de sete níveis para apoiar o uso de uma ferramenta pode parecer extenso e demorado. No entanto, deve-se ter em mente que o processo de pesquisa e escrita acadêmica não é trivial. A construção do conhecimento requer um alto nível de rigor metodológico para que seja possível lidar com questões levantadas. Além disso, com a prática e o uso, a apropriação das prerrogativas da Competência Crítica em Informação torna-se parte da nossa maneira de pensar e lidar com a pesquisa, tornando o processo mais rápido e intuitivo. A crítica também é um exercício crítico", explicam.
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