Pesquisador avalia desafios do governo federal para combater a desinformação em massa
Imagem: Bruno Peres/ Agência Brasil
Consultado pela Agência de Notícias France Press (AFP), em matéria divulgada pelo Portal UOL, no último sábado (18), o coordenador da Rede Nacional de Combate à Desinformação (RNCD), Marco Schneider, pontuou o principal desafio do governo brasileiro para combater a desordem informacional e evitar uma série de instabilidades políticas, econômicas e sociais, como ocorreu no caso do PIX. A análise tem como pano de fundo uma articulação bem-sucedida da extrema direita para difundir fake news sobre mudanças na instrução normativa da Receita Federal, com a alegação de que as transações financeiras nessa modalidade sofreriam taxações, que resultou na desconfiança da população e no recuo da Presidência da República.
Após uma onda de desinformação sobre o assunto, em menos de uma semana, o governo federal revogou a norma interna da Receita Federal que ampliava a fiscalização das transações oriundas de bancos digitais, PIX e operadoras de cartões de crédito. A principal mudança era a ampliação do monitoramento de transferências que totalizassem mais de R$ 5 mil por mês para pessoas físicas e mais de R$ 15 mil para pessoas jurídicas. Antes disso, as transações acima de R$ 2 mil já eram fiscalizadas pelo órgão.
O principal intuito da mudança na instrução normativa era a identificação de fraudes, lavagem de dinheiro e sonegação. No entanto, a medida foi alvo dos mais variados conteúdos desinformativos que apelavam, sobretudo, para a disseminação da ideia de que o PIX passaria a ser taxado pela Receita – o que é inconstitucional. Para falar sobre o assunto, a AFP consultou diferentes especialistas da área, para entender a eficiência da oposição ao governo na produção e propagação da mentira, bem como o desafio da comunicação da Presidência da República no combate às estratégias desinformativas.
Coordenador da RNCD, pesquisador titular do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict) e líder do Grupo de Pesquisa Perspectivas Filosóficas em Informação (Perfil-i), Marco Schneider foi um dos entrevistados. À AFP e ao Uol, o pesquisador destacou a principal tarefa do governo e do novo ministro da Secretaria de Comunicação, Sidônio Palmeira:
"Haveria de se criar sistemáticas de difusão de informação verídica, desmentindo rapidamente, numa escala comparável e com linguagem acessível", enfatiza Schneider.
Confira aqui a reportagem na íntegra.