Perspectivas Filosóficas em Informação

“Apelo a emoções intensas é a alma do negócio”, diz Schneider sobre aliança de Trump a bilionários

Análise do pesquisador foi publicada em artigo para o Portal Latinoamérica21

Imagem: Latinoamerica21

Em artigo para o Portal Latinoamérica21, publicado na última sexta-feira (31), o Diretor Executivo do International Center For Information Ethics (ICIE), Marco Schneider, afirma que a falsa defesa da liberdade de expressão tem sido usada para justificar a impunidade de discursos que promovem negacionismo, preconceito e ataques à democracia. Ao abordar a aproximação entre bilionários, especialmente do setor digital, e a política republicana estadunidense, o pesquisador expõe contornos oportunistas, evidenciando que a verdadeira preocupação não seria a liberdade de expressão, mas sim a liberdade das empresas.

"A liberdade de expressão só interessa na medida em que atende a seus desideratos", destaca Schneider, que também é coordenador da Rede Nacional de Combate à Desinformação (RNCD), pesquisador titular do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict) e líder do Grupo de Pesquisa Perspectivas Filosóficas em Informação (Perfil-i).

Para alcançar essa lógica, Schneider conecta acontecimentos que exaltam a liberdade como protagonista: o discurso do ex-presidente estadunidense Roosevelt sobre as quatro liberdades; o CEO Meta, Mark Zuckerberg, encerrando a ferramenta para checagem de fatos nas redes sociais; o prêmio Globo de Ouro conquistado pela atriz brasileira Fernanda Torres, em um papel cinematográfico que, mais uma vez, denuncia os crimes da Ditadura Millitar no País; a tentativa de Golpe de Estado no Brasil, no ato antidemocrático do 8 de janeiro; e a aliança pouco inusitada entre o atual presidente republicano Donald Trump e o bilionário Elon Musk, tendo como pano de fundo a saudação de cunho nazista performada pelo empresário na posse presidencial, em Washington.

Schneider reflete que legislar em favor da liberdade de expressão é uma “conquista civilizatória da modernidade”, mas que os demais direitos pertencentes ao espectro precisam compartilhar da mesma importância, a perigo de que a própria liberdade de expressão seja “sequestrada e convertida em sua própria mortalha” por grupos políticos extremistas e interesses econômicos. Como acontece nos Estados Unidos e no Brasil, atualmente, Schneider expõe que os defensores de ditaduras militares são os mesmos que agem como grandes guardiões da liberdade, da mesma forma que ignoram perseguições religiosas, desigualdades sociais e violência policial.

Para conferir a matéria publicada por Marco Schneider em Latinoamerica21, na íntegra, clique aqui.

*Texto reproduzido e adaptado do site ICIE.